Monday, March 14, 2011
Arquitetura de Vermelho Velho:
A VERDADEIRA HISTÓRIA DA INACABADA IGREJA DE SÃO VICENTE DA ESTRELA
Uma postagem do blogue Pascoal Online nos esclarece sobre a igreja abandonada de São Vicente da Estrela
Com referência à postagem "Igreja em São Vicente da Estrela está abandonada", publicada no dia 18 de janeiro de 2011, recebemos um e-mail do ex-pároco do distrito de São Vicente da Estrela, Pe. José Jésus Gomes de Araújo, o que muito nos honrou, esclarecendo a todos, especialmente aos fiéis vicentinos, a verdadeira história sobre a construção da Igreja de São Vicente da Estrela.
Veja a mensagem:
“Sr.Geraldo Pascoal
Recebi de minha irmã que aí reside seu post "Igreja em São Vicente da Estrela
está abandonada" (Blog Pascoal on line - Notícia e Opinião, terça feira 18/01/11, comentando dados sobre obras públicas abandonadas no Município do Blog Regional Raul Soares).
Tenho retificações e comentários a fazer, embora lamente a situação do templo que eu, juntamente com o meu saudoso povo católico de São Vicente tanto nos esforçamos para terminar.
Muitas vezes, acompanhei as pessoas que iam às casas da roça buscar recursos. Felizes, saudosos tempos. O desastre ocorreu, se me lembro bem, na alta noite de 25 para 26 de dezembro de 1965.
Na noite da véspera, fizemos a mais bela festa de natal que vivi em minha vida. O povo feliz, presépio, pastorinhas, muita música, a igreja cheia. Deus segurou a natureza até a noite seguinte.
A igreja estava em fase de terminar, mas avançando devagar por causa da pobreza do povo, quase tudo pronto. Não sei quem a iniciou, se Padre Amaral, meu antecessor, ou, mesmo seu anterior, Padre Braga, párocos de Vermelho Velho, de que São Vicente da Estrela é capela filial. Nunca vi as plantas, não havia engenheiro responsável.
Feito vigário de Vermelho Velho (padre novo, com entusiasmo e sem experiência; hoje, os padres se ordenam com mais experiência, não são formados trancados 12 anos em seminário fechado) em 1964, tomei a peito, com a comissão construtora já existente, terminá-la.
Deduz-se, pois, que ela funcionou muitos anos, enquanto as obras prosseguiam; celebrei nela incontáveis vezes. O desabamento foi das paredes, não de apodrecimento do madeirame do telhado; as colunas cederam. Não conseguimos localizar o defeito ao recolher os escombros. Em janeiro, o bispo de Caratinga tirou-me da Paróquia e nomeou para ela Padre Antônio de Carvalho, já velho e com histórico de longo internamento em hospital; evidentemente, não poderia assumir o trabalho. E ninguém, depois, assumiu.
Como o povo de São Vicente, que conheço bem e nunca esqueço, deixou passar tanto tempo? É vexame para nós católicos. Eles podem, se quiserem.
A nova construção poderia aproveitar a estrutura das torres que lá está firme, e utilizar ferragem para as colunas e o teto, sai mais barato e rápido do que
fundir a laje e utilizar madeira.
Com meus 79 anos, não tenho condição de colocar-me à frente da construção, só poderia animar o povo. Afinal, é minha terra, nasci na Fazenda Santa Teresinha, Córrego dos Melos, Cornélio Alves, distrito de São Vicente da Estrela.
Agradeço-lhe, sr. Geraldo Pascoal, a gentileza da publicação.
Cumprimento-o e ao saudoso povo de São Vicente.
Atenciosamente,
José Jésus Gomes de Araújo”
FONTE: Pascoal Online.
Comunidades:
SÃO GERALDO DO CAFEZAL E AS MISSÕES RENOVADORAS DO CATOLICISMO PÓS-CONCILIAR
A comunidade eclesial São Geraldo do Cafezal surgiu na eferverscência do Concílio Vaticano II. Durante os anos 60 e 70, várias lideranças católicas de Vermelho Velho começaram realizar missões fundadoras de novos núcleos eclesiais dentro da paróquia. São Geraldo foi fundada em outubro de 1973, por Aristides Antônio da Silva (1925-2010) e Agenor Lucas Filho. Esses receberam o apoio de Varonil Antônio da Silva, Cícero Antônio da Silva, Regino e Salvino Antônio da Silva.
A primeira coordenadoria foi composta por Aristides Antônio da Silva (coordenador); Cícero Antônio da Silva (tesoureiro), Varonil Antônio da Silva (zelador) e Nely (coordenadora da liturgia). A primeira missa foi presidida pelo padre Antônio Carvalho, então pároco de Vermelho Velho. As atividades pastorais foram interrompidas no final de 1980. Depois da superação de crises internas, reinicia-se no ano seguinte. Outra capela foi construída. A primeira era uma casa improvisada na Fazenda Cachoeira Alta.
Durante os anos, várias pessoas dirigiram a comunidade. Foram secretários: Geraldo Nazário, Geraldo Leandro da Silva, Cláudia Carvalho. Foram tesoureiros: Cícero A. da S., Ananias Feliciano e Aristides A. da S. Foram catequistas: Nely, Varonil, Antônio Moreira, Delice Lucas, Isabel, Leila, Sérgio Neto, Eules Lucas, Nadir Maria da Rocha. Na década de 80, houve importantes associações religiosas como Filhas de Maria, Liga Católica (com 18 membros) e Apostolado da Oração. Nos anos 90, os Grupos de Reflexão e de Jovens dominaram o cenário. Porém, o intenso êxodo rural deixou a população reduzida. São Geraldo se situa a 6 km2 de Vermelho Velho.
FONTE: Wikipédia.
Língua dos antepassados:
Apresentação da Língua Puri
Definição
A Língua puri é uma língua extinta, pertencente ao tronco Macro-jê, falada pelos puris, um grupo indígena homônimo que habitava no século XIX os estados brasileiros do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Sudeste deMinas Gerais.
Classificação linguística
O Puri juntamente com o coroado e Koropó compõem uma família homônima, integrando as línguas do tronco Macro-Jê.
Distribuição territorial
A língua puri era falada nos vales do Itabapoana, médio Paraíba do Sul e nas serras da Mantiqueira e das Frecheiras, entre os rios Pomba e Muriaé. Dividia-se em três sub-grupos: sabonan, uambori e xamixuna. A sua extinção se deu no século XVIII.
Problema de documentação da língua
A principal fonte de documentação do puri encontra-se atualmente perdida. Diz-se de um catecismo bilíngue elaborado pelo padre Francisco das Chagas Lima (1757-1832) que catequizou esses índios quando foi pároco de Queluz, na divisa entre os estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Tem-se a notícia de tal documentação através de seu sucessor padre Manuel Eufrazio de Oliveira. Este mencionou a existência do catecismo puri e o teria enviando ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Portanto, o conhecimento dessa língua ficou prejudicado pela falta de documentação. Restam apenas algumas listas de palavras.
Vocabulário da língua puri
Em 1885, o engenheiro Alberto de Noronha Torrezão ouviu dois remanescentes dos puris, Manoel José Pereira e Antônio Francisco Pereira, e anotou algumas palavras da língua, uma amostra escassa, mas valiosa dessa língua desconhecida: Em 1889, foi publicado o Vocabulário Puri, na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. As palavras colhidas por esse engenheiro em Abre Campo é um dos poucos registros de como os puris falavam. Karl Friedrich Philipp von Martius e Wilhelm Ludwig von Eschwege coletaram palavras de línguas da família puri. Uma das listas é do próprio puri.
GRAMÁTICA E VOCABULÁRIO
Vogais
A, a, e, é, i, i, o, ó, u, u.
Consoantes
B, č, dz, dž, s, š, g, k, m, mb, n, ñ, p, ph, r, th, y.
ESTRUTURA FRASAL
acenda o fogo - poté kandú. água está fervendo - muñãmá pretón. cala a boca - kandló. eu fui-me embora - Á mamun. eu moro aqui - Á leká. fogo apagou - poté ndran. o tempo está ruim - opueráxka. quebro-te a cabeça com um pau - gué Á mopó. quero beber cachaça - Á Kanjana muiá. vá-se embora - má ndom. vou-me embora - Á ndómo.
RECONSTITUINDO FRASES
Bom dia: Xuté opé.
Boa tarde: Xuté toxá.
Boa noite: Xuté miripón.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NETO, Ambrósio Pereira da. Revisão da classificação da família linguística puri. Brasília, 2007.
TORREZÃO, Alberto de Noronha. Vocabulário puri. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, tomo LII, parte II, Rio de Janeiro, 1889, p. 511-3.
Política:
Localização de Vermelho Velho dentro do município.
Vermelho Velho ao longo de sua história pertenceu aos municípios de Manhuaçu, Ponte Nova e Caratinga. Bom Jesus do Galho e Raul Soares. Na década de 30, surgiu a primeira liderança política o coronel José Marta Pires. Mas somente na segunda metade do século XX surgiram os primeiros vereadores: José Alves Nogueira, José Ribeiro da Silva, Trazilbo Vieira Sathler, Edmundo Teixeira, José Macário da Luz, José de Souza Pires e Hélcio da Silva Araújo. Foram prefeitos: José Zeferino Pires, Carlito Brandão e José Macário da Luz. Durante muitos anos houve bipartidarismo.
FONTE: Wikipédia.
Educação:
Vermelho Velho conta com a disponibilidade de uma belíssima escola e uma equipe de educadores competentes e dedicados. A Escola Estadual Albano Pires oferece o Ensino fundamental, dos anos iniciais até o 9º ano. Os alunos têm transporte à disposição. O número de crianças na escola é satisfatório. A realidade atual representa um grande avanço se compararmos com outras épocas, quando havia um número reduzido de aluno, falta de transporte, merenda e material didático.
Nas décadas anteriores a 90, os estudantes vinham das comunidades rurais a pé, a maioria estava fora da faixa etária e vigorava uma ideia entre os pais que o 4º ano primário já seria suficiente para quem iria residir na zona rural. Muitos empecilhos foram superados e a educação caminha bem. O número de pessoas que atinge o nível superior aumentou bastante dos anos 90 pra cá.
Segundo relatos orais, na década de 40 havia uma escola que oferecia até o 3º ano primário. O seu funcionamento era na praça São Francisco de Assis. Em 1960, a Secretaria de Educação de Minas Gerais criou as Escolas Reunidas. A primeira diretora foi Maria da Glória Santana. A Escola Estadual Albano Pires, recebeu este em homenagem ao doador do terreno no qual ela está construída.
Religião:
A TRAJETÓRIA DO CATOLICISMO
O catolicismo chegou ao distrito de Vermelho Velho no século XIX com os primeiros habitantes. Naquela época, o território integrava a extensa arquidioce de Mariana. A paróquia foi criada a 18 de novembro de 1865, a localidade foi denominada de Freguesia de São Francisco do Vermelho. Porém, a 20 de julho de 1868, a freguesia foi transferida para Santa Helena, atual Caputira. A região nessa época achava-se pertencendo ao Município de Ponte Nova. A paróquia foi erigida pelo arcebispo dom Viçoso. Durante seu pastoreio visitou Vermelho Velho.
Em 1877, dom Benevides restaurou a sede paroquial. Criou uma nova paróquia distinta de Santa Helena, pela lei número 2915, de 25 de setembro de 1887. Quase vinte anos depois, a paróquia recupera autonomia administrativa que estava subordinada a Caputira. Agora integrando a Comarca de Manhuaçu.
Em 1893, Dom Silvério, como bispo auxiliar de Mariana, visitou Vermelho Velho pela primeira vez. O fato marcante dos anos 1890 é que nascia Raimundo Rodolfo Corrêa que nos inícios do século seguinte viria a ser o primeiro presbítero da terra, isto no dia 3 de agosto de 1890. A paróquia na época tinha duas capelas: a do Patrimônio do Óculo e de Nossa Senhora da Conceição, povoado de Vermelho Novo.
O cronista padre José Jésus de Araújo, o primeiro a registrar a história, dividiu a história da paróquia até 1934, em três períodos.
1º Período: Subordinação à Santa Helena (Caputira). Das origens até a chegada de padre Rafael Paolielo (de 1868-1886).
2º Período: Subordinada a Vermelho Novo. Do padre Paolielo ao padre Horácio (de 1886-1934). A sede paroquial era Vermelho Velho, mas os párocos residiam em Vermelho Novo.
3º Período: Párocos residentes. De 1935 a 1964 (até padre Jésus Araújo). Essa fase é a época de ouro de Vermelho Velho, o café trouxe prosperidade e a religiosidade se intensificou. Ao mesmo tempo, chegaram os primeiros evangélicos, diversificando o quadro religioso.
4º Período: Pastoreio de padre Antônio Carvalho, com residência e Dom Lara (de 1965 a 1984). A paróquia começou a se adaptar lentamente às mudanças do Concílio Vaticano II.
5° Período: Nova subordinação a Vermelho Novo. Iniciado com padre Gersino e durou até 2000 (de 1985-2000).
LISTA DOS PÁROCOS E ADMINISTRADORES PAROQUIAIS:
01.João José de Souza (1870)
02.João Facundo (1880-1882)
03.Rafael Paolielo (1886-1888)
04.Modesto Augusto Vieira (1901-1910)
05.Francisco José de Souza (1909-1914)
06.Cícero Carlos de Couto (1908-1925)
07.Cosme Faggiano (1915-1916)
08.Anônio Maria Brito Cardoso (1924-1925)
09.José Miguel Arantes (1928-1933)
10.Luís Ernesto (1936)
11.Horácio Marques da Rocha (1934-37)
12.Manuel Moreira de Abreu (provisoriamente) - Vermelho Noco
13.Antônio Gaspar de Souza Coutinho (1942)
14.Antônio Custódio Braga (década de 40)
15.Dionísio Homem de Faria (provisoriamente) - Bom Jesus do Galho
16.João Nonato do Amaral (1950-56)
17.Vicente Passari (1954-56)
18.Ermelindo Ribeiro (1957) - Raul Soares
19.Paulo Campos (1957-61)
20.Sátiro Costa (1961)
21.José Jésus Gomes de Araújo (1964-65)
22.Antônio Batista Carvalho (1965-84)
23.Gercino Basílio Toledo (1984-86)
24.Silas Paula Barros (1988-98)
25.Silto Lourenço Pigaiani (1998-99)
26.José Maria de Barros (1999-2000)
27.José Gerlado Gouvêa (2000-2001)
FONTE: Wikipédia.
NOTA: Vide na wikipédia artigo completo "Paróquia de São Francisco de Assis (Vermelho Velho)"
Conhecendo nossa terra I:
A predominância é do catolicismo. Existem minorias evangélicas. A Paróquia São Francisco de Assis foi fundada no século XIX e até a década de 40 fez do catolicismo a religião absoluta. A paróquia pertence à diocese de Caratinga. Nos anos 40, apareceu o protestantismo através da Igreja Presbiteriana. Nos anos 80, apareceu a Igreja Assembleia de Deus. Dentro do catolicismo existem os Grupos de Reflexão, o Apostolado da Oração e a Sociedade de São Vicente de Paulo, única instituição filantrópica da localidade.
Igreja Matriz.
Igreja Presbiteriana.
Assembleia de Deus.
Datas Importantes:
1831: José Alves do Valle chega na aldeia dos boachás e inicia o povoamento do distrito.
1840: A família Quintão adquire fazenda na região.
1856: É criado o distrito de ribeirão Vermelho.
1865: É criada a paróquia de São Francisco do Vermelho Velho a 18 de novembro.
1868: A paróquia fica subordinada a Caputira.
1890: O distrito integra o município de Caratinga.
1890: Instalação do cartório a 26 de novembro.
1913: O distrito é suprimido por vingança política.
1923: O distrito é restaurado a 7 de setembro.
1924: Passa a integrar o municípío de Raul Soares.
1930: Chega da Estrada de Ferro Leopoldina.
1936: Fundação da Conferência São Francisco de Assis da Sociedade de São Vicente de Paulo.
1937: Abertura da agência dos Correios.
1946: Construção da igreja presbiteriana.
1947: Luta pela emancipação com derrota dos vermelhenses.
1960: Criação da Escola Estadual Albano Pires.
1966: Inauguração da atual igreja católica.
1980: Desativação da ferrovia.
1996: Inauguração do asfalto Raul Soares/Vermelho Velho/Bom Jesus do Galho.
Nossa História:
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DE VERMELHO VELHO
Os primeiros habitantes da região foram os índios aimorés chamados de boachás. Segundo a comparação de dados de Gamito (2009, p. 6-7), os habitantes primitivos seriam os puris. O primeiro explorador da localidade foi José Alves do Valle, na década de 1830. A vegetação era de mata nativa. Partindo do córrego do Boachá, Vale fez amizade com os ameríndios e tomou posse das terras em torno do ribeirão Vermelho. A fazenda se tornou vila. O distrito foi criado a 23 de maio de 1856 e a paróquia a 18 de novembro de 1865. Em 9 de outubro de 1852, o casal Francisco Antunes da Costa e Maria Rita de São José doaram o terreno do patrimônio.
O meio de transporte era feito por meio de tropas de animais e carros de boi. Em 1916 surgiu a Rede Ferroviária em Raul Soares e em 1930 estendeu-se até o distrito. Na década de 90, aquela foi substituída pela rodovia que liga Raul Soares a Caratinga, a BR 116. A política local foi durante várias décadas dominada pelo coronelismo. Depois houve transformações na política, criando-se dois partidos políticos o UDN (União Democrática Nacional) e o PSD (Partido Social Democrático), marcados por rivalidades. Houve vermelhenses com grandes destaques, sendo que três deles foram prefeitos do município como: Carlito Ferreira Brandão, Zeferino Pires e José Macário da Luz. Dois deles residiram em Vermelho Velho: Carlito e José Macário. No entanto, a liderança regional que influenciou um período mais longo e diretamente a vida dos vermelhense foi o Coronel José Martha Pires. As ruas antigamente eram nomeadas como Rua da Direita, Pongó e Tabuinha.
A religião predominante naquela época era o catolicismo, surgindo, em 1932, o Protestantismo representado pela Igreja Presbiteriana. A igreja católica era feita de tábuas e pregos e só em 1947 é que foi demolida e iniciou-se a construção da atual. A agricultura era variada: arroz, milho, café, mandioca e cana-de-açúcar. Houve um crescimento grande na agricultura, por isso foi preciso construir um armazém para fazer o depósito dos cereais, com o nome Castro Mendes e Cia., a empresa negociava café e cereais. O transporte dos produtos era feito por tropas e carro de boi. As iniciativas culturais eram representadas por cinema, teatro e duas bandas de música (Francisco Martins e Manoel Abrão).
Havia os estabelecimentos comerciais: José Turquinho, Querino Leôncio da Luz, Abel Alves Nogueira, José Nogueira, Joaquim Alves de Souza e outros. A partir de 1980, ressurgiu o cartório em Vermelho Velho. A agricultura foi substituída pela pecuária. Cresceu a cultura do bovino, suíno, eqüino. O abastecimento de água era feito de forma precária, ou seja, a água era retirada de cisternas. A iluminação era de forma precária, era feita através de lamparinas com querosene e não existia iluminação nas ruas. Com o tempo surgiu a usina hidrelétrica de Joaquim Alves de Souza, depois, vindo de Raul Soares, a Força e Luz para depois vir a CEMIG (Central Energética de Minas Gerais). O período áureo de Vermelho Velho coincidiu com a ferrovia e florescimento da cafeicultura. A época compreende as décadas de 30 a 70.
FONTE: Wikipédia.
Sunday, March 13, 2011
Pré-degustação:
VERMELHO VELHO: COMO TUDO COMEÇOU?
José Aristides da Silva Gamito*
Nas primeiras décadas do século XIX, toda a extensão ao longo do Paraíba do Sul até o rio Doce, o sudeste de Minas Gerais e o sul do Espírito Santo, eram povoados pelos índios puris. Essa região passou a ser interesse dos colonos somente com o fim do ciclo do ouro. As pessoas partiram da região mineradora para a Zona da Mata explorando as florestas, e posteriormente, dedicando-se à atividade agrícola, sendo o maior destaque a cafeicultura. As riquezas dessa atividade econômica levaram o município de Manhuaçu a se tornar uma república independente em 1896.
Vermelho Velho tem sua origem nesse processo de expansão. Em 1831, o explorador José Alves do Valle e sua família em busca de terras férteis chegaram até a Fazenda do Boachá. Segundo a tradição oral, em Vermelho Velho, onde se situava a antiga estação ferroviária havia uma aldeia indígena. José Alves fez amizade com esses indígenas e acabou dominando suas terras. Essa tribo foi dizimada pelo sarampo. A partir deste primeiro núcleo de povoamento a vila surgiu e se tornou distrito em 1856. Os nomes originais eram Ribeirão Vermelho, Freguesia de São Francisco do Vermelho.
A tradição oral assegura também que o nome foi dado em razão de o ribeirão apresentar terra vermelha em suas margens. Durante o seu período de desenvolvimento Vermelho Velho pertenceu a vários municípios até a sua atual condição de integrante do município de Raul Soares. A vida dos primeiros habitantes era de muito sacrifício, a região ficava muito distante das cidades maiores. O transporte dos produtos, as novidades, o contato com a capital do Império, era tudo difícil.
A chegada da ferrovia possibilitou bastante o progresso da região. Vermelho Velho se destacou na sua época de grande produção de café e cereais. O entusiasmo foi tão grande que em 1947 o padre Antônio Braga iniciou o processo de emancipação e que acabou não se concretizando por divergências políticas. O declínio só veio mais tarde com o êxodo rural na década de 70. Crimes políticos, intrigas, cangaço, pontos positivos e negativos marcaram a história dessa vila que parou no tempo.
Dois vermelhenses, eu, José Aristides da Silva Gamito, e José Alves Frutuoso, estamos nos preparando para publicar o livro “Vermelho Velho: Memórias e Perspectivas”. A obra contará e recontará a história desse povo que teve que enfrentar muitas dificuldades políticas e financeiras para atualmente se orgulhar de seu passado. Neste artigo, fica a pré-degustação da pesquisa que realizamos.
*Filósofo, teólogo e especialista em Docência do Ensino Básico e do Superior.